Ser do Santo - Uma visão do Espiritualismo Universalista
Ser do santo
– Uma visão do Espiritualismo Universalista
O Orun foi
plasmado no Astral para que dele surgisse o Ayê.
Uma
dualidade em manifestação da Divindade, o Orun, céu dos yorubás, e o Ayê, nosso
planeta Terra.
No Orun
estão os Orixás ancestrais, os pais de raça e os condutores da humanidade. Em
outras culturas pode receber outros nomes, mas para nossa realidade e diante do
que nos foi revelado, entenderemos como Orum.
A conexão
que se dá entre Orun e Ayê é realizada pelo axé, que flui da fonte das
potestades sagradas e é direcionado pelos Orixás, descendo ao nosso planeta
esses fluxos de mistérios e vida.
No
desenvolvimento da humanidade, os Orixás e pais de raça ficaram incumbidos de
fazer florescer os sítios sagrados em nosso planeta, o desenvolvimento das
espécies e a evolução dos seres até que o projeto humano fosse possível para
que nós pudéssemos começar nossa jornada nesse orbe.
Dessa forma,
cada um de nós que inicia a sua descida para esta jornada, estagia em cada um
dos reinos naturais, até ter constituído em sua estrutura astral as condições
para encarnar como humano. O Ayê nos foi dado com amor.
Os Orixás
ancestrais, entre outros arquitetos da forma, acompanharam o desenvolvimento do
Ayê para receber nossos espíritos, errantes em outros sistemas, exilados de
outras regiões da galáxia. Na fundação do Ayê, os Pais de raça abriram pontos
sagrados no Ayê para a descida do axé e manutenção da vida. Surgem então
regiões sagradas, pontos importantes para o fluxo do Orun para o Ayê, entre
eles Ifé e Oyó.
A
Civilização floresce nesses círculos expandidos de axé e desta forma, nossa
conexão com os Orixás. Na estrutura do projeto humano, no topo da nossa cabeça
é plasmado o ponto divino. Orí, que significa "cabeça" em Yorubá, é
entendido como a fonte da individualidade, da consciência e do destino de uma
pessoa.
É
considerado o ponto de conexão entre o indivíduo (Orixá interior) e o mundo
material (Ayê). Nele estão contidos os registros akáshicos sobre a missão de
cada um nesta encarnação, seu papel no desenvolvimento da coletividade e
evolução da humanidade.
Este ponto é
o mistério do orixá em nós. Orí Orixá é a representação do aspecto divino
dentro de cada ser humano, uma centelha da essência dos Orixás, que são
divindades da natureza na cosmologia Yorubá.
Ele é uma
expressão da vontade de Olodumaré (Deus supremo na mitologia Yorubá), que molda
o destino e guia a jornada espiritual de cada pessoa. E considerado o ponto de
conexão entre o plano espiritual e o mundo terreno.
É através de
Orí que os indivíduos podem buscar orientação espiritual, força e proteção dos
Orixás. Acredita-se que cada pessoa tenha um Orí único e que seja responsável
por moldar seu destino e suas experiências na vida.
Dentro das
práticas religiosas é comum realizar rituais e cerimônias para homenagear e
cultuar o Orí Orixá, buscando alinhamento espiritual, proteção e orientação.
Recebemos lavagens de cabeça, unções, Amacís e afirmações em quartilhas
específicas no quarto do Axé.
Assim, Orí
Orixá é visto como um ponto central nos caminhos da espiritualidade,
representando a ligação sagrada entre o ser humano e o divino, entre o
indivíduo e a sua própria essência espiritual, além de ser um ponto de
referência para a compreensão e busca pelo equilíbrio entre o mundo material e
o mundo espiritual.
Ao colocar o
Orí para vibrar, melhoramos nossa ligação e com o avanço dos ritos, missões,
recolhimentos e graduações, somos vistos como povo do santo. Orixá é
comunidade, o povo do santo é o representante no plano material desse axé que
desce para equilibrar a vida e salvaguardar os princípios da manifestação da
energia natural.
No Espaço
sagrado de trabalhos, cada um tem a oportunidade de colocar seu Orí para
vibrar, auxiliando assim na ancoragem dos axés dos Orixás dos quais são filhos.
Mas não é só
no espaço que o filho deve honrar seu Orixá. Fora dele também. Ele é o agente
que pode interferir na realidade do planeta e de sua comunidade. Nesta
consciência, a necessidade de se cuidar, realizar suas orações, banhos e ir até
os trabalhos, é a maneira segura de se manter ressonante com sua ancestralidade
e auxiliar na harmonia do nosso mundo.
Somos um
vaso vivo quando representamos nossos orixás. Nossa presença emana vibrações e
axé nos ambientes. Precisamos também estar em harmonia com os sítios sagrados.
As
movimentações das energias naturais são importantes para restabelecer nossas
energias. Vento, chuva, banhos com águas sagradas, florestas, contatos com os
sítios sagrados recarregam nossas estruturas ancestrais. Somos do Santo.
O termo
também quer dizer que somos do axé.
Somos dos
Orixás e devemos nos comportar como seus representantes auxiliando no avanço da
humanidade, fazendo o mundo girar. Realizando a ponte entre o Orun e o Ayê com
os Orixás. Somos filhos da natureza, somos filhos da Mãe Divina cujos filhos
são peixes. Somos do axé e devemos zelar por ele em agradecimento a chance de
estamos aqui para vivenciarmos nossa evolução e aproveitar da melhor forma
possível este presente dos Orixás.
Por isso...
você que já se deitou para o seu Orixá, que tem Borí em sua cabeça, unções,
aberturas, Amacís, necessita dentro da sua individualidade se movimentar para o
equilíbrio da humanidade.
A começar
pela casa onde você fortalece seu Orí. Respeitar preceitos, adotar posturas de
respeito com o Orixá e todas as representações do axé. E não se esqueça, onde
tem axé descendo, tem um Babalawo ou Yalorixá responsável. Alguém que dedica
sua vida a esta missão de ancoragem do axé e sua função neste mundo que nos foi
oferecido como presente e oportunidade.
Axé a todos
Aramaian
Pai Claudio
de Ossãe (Babalossayn)
Comentários
Postar um comentário